quarta-feira, janeiro 30, 2013

Saudade que eu quero ter


Para falar de saudade dispensa-se título. Não é necessário ser poeta, escritor, compositor ou afim. A saudade nos dá credencial para entramos no mundo da inspiração. É um sentimento doloroso, uma dor gostosa, um sofrimento alegre, uma tortura íntima que gostamos de sofrer.

Para falar e escrever sobre a saudade é preciso somente tê-la. E quem não tem?

Saudade de um lugar, de uma pessoa, de algo. Alguns não se contém e choram quando são pegos de supetão pelo vento repentino da saudade ao ver uma foto, sentir o cheiro de perfume, ler um bilhete.

Tenha saudades. Sinta falta de seus avós, sendo eles bons ou poucos desejados. Sofra pela não presença de alguém que amou gratuitamente, como um filho, um irmão ou mãe ou pai.

Chore de saudade por alguém que já se foi e que nunca mais verás. Permita-se.

Sinta saudade das surras de criança, das provocações escolares, das notas baixas, da reprovação, da professora má. São sentimentos e momentos que me fizeram ser que sou hoje.

Sentir saudades dos momentos bons é o básico da vida.

Tempos bons não voltam, não adianta insistir. Se voltassem você se esforçaria demais para poder aproveitá-lo e talvez não se tornaria tão bom assim.

Ah, que saudade que eu tenho. Ah, que saudade que eu quero ter.