segunda-feira, maio 02, 2016

Nem esmola, nem taça de cristal

Minha esposa, Marlize Carpes, de vez em quando me diz que se impressiona o quanto eu me dedico ao trabalho. De um período pra cá, trabalho com o que amo.
Nem sempre foi assim, claro. Mesmo trabalhando desde muito cedo, 14 anos, ainda sim minha família sempre precisou de ajuda para se manter. Tal ajuda não nos transformou em "aproveitadores", "vagabundos"...

Já tive ticket do lei, material escolar de graça, bolsa de estudos pra terminar Ensino Médio e concluir minhas duas faculdades. Tenho familiares que têm salário família e outros benefícios parecidos com Bolsa Família.

Orientados pela minha mãe, sempre fomos educados a luta pela vida, trabalhar com honestidade. Presenciei ela, mesmo doente, a sair pro trabalho. Portanto, minha referência sempre foi tocar a vida honestamente.
Ter usado de todos os benefícios nunca me tornou um "vagabundo", relaxado, preguiçoso. Claro que existem pessoas que usam o Bolsa Família e recostam o corpo num canto. Mas tem muitos que ganham e também correm atrás da máquina.
Aos que criticam qualquer dessas "bolsas", gostariam que sofressem 50% da necessidade que muitos vivem pra ver se aguentariam o tranco.
Aos que nunca precisaram trabalhar antes da faculdade, sugiro rever comentários e contrabalancear sofrimentos.
Extremismos levam à morte. Morte de vida, de caráter, de consciência.