quinta-feira, outubro 25, 2012

Verso da vida


Estou preocupado, na verdade, triste.
Esqueci onde guardei meus textos. Era o refúgio das minhas lamentações, um escape para a tristeza da minha existência.

"Estou com saudade de ler você."

Estou preocupado, na verdade, perdido.
Esqueci como se escreve. Esqueci como transcrevo a minha vivencia no papel, na tela. Tenho medo de tornar minha existência algo insignificante.

"Sinto-me  exclui, esquecida e abandonada."

Estou vazio, cheio. O paradoxo da minha vida se perdeu no esgotamento dos meus afazeres.

Estou feliz, você sentiu saudades de mim.

"Sinto sua falta. Espero as horas passarem para te encontrar, tu vens, mas não te vejo."

Estou preocupado que a morte seja o fim, que tudo termine em um breu sem fim. Onde você estará depois de tudo?, sendo que não vivo a intensidade da vida contigo.

Estou triste, preocupado, perdido, vazio, cheio, feliz. Estou onde eu não queria estar, longe de ti.

quarta-feira, outubro 03, 2012

Hugo não é nome



Hugo é meu nome desde os meus dois dias de vida. Às vezes acho que meu nome foi um presente de meus pais, por outras penso que foi um castigo.

Acho que eles não tinham a intenção de avacalhar comigo. Pois quem pensaria em humilhar o filho que ama?
Se eu tivesse algum poder, obrigaria que nomes dos bebês fossem escolhidom por adolescentes. Para ser mais preciso, por quem tem 13 anos de idade. Só nós, os adolescentes, sabemos quantas rimas é possível fazer com o nome de alguém. Ah, claro, rimas que terminam com humilhação. Não só rimas de finais de palavras, mas também de significados.

Hugo, para você ter uma ideia, é o apelido de vômito, ou nome, não sei. Não é nada legal ver meus colegas gritando meu nome e depois fazendo cara de nojo.

E nem adianta explicar o que Hugo significa. Isso é tentativa dos pais de tentar consertar um erro. “Ah, meu filho, Hugo quer dizer 'razão', 'pensamento'”. Os carinhas da minha sala nem querem saber disso. E quanto mais eu me zango, mais deboche eles fazem. Parece que justificativas são combustível para idiotices.

Talvez as crianças devessem ser chamadas por número até certa idade. Excluindo o 13 e o 24, que também seriam certamente zoados.